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REPORTAGEM10 de julho de 2024

No Tocantins, pecu¨¢ria incorpora novas tecnologias e integra gera??es

Fazenda ?gua Benta, Tocantins

Andr¨¦ Seabra e a fam¨ªlia na Agropecu¨¢ria ?gua Benta, Tocantins

Fotos: Mariana Ceratti/Banco Mundial

Projeto apoiado pelo Banco Mundial promoveu a melhoria gen¨¦tica do gado de corte. Os bons resultados levaram o estado a continuar o trabalho com recursos pr¨®prios

Conhecer a Agropecu¨¢ria ?gua Benta, no munic¨ªpio de Ponte Alta, Tocantins, ¨¦ escutar duas gera??es que praticam a pecu¨¢ria de forma muito diferente: a de Andr¨¦ Seabra, 39 anos, e a dos av¨®s, Ivone e Zenon Pinto, com 82 e 90, respectivamente. Atualmente, a fazenda conta com 700 cabe?as de gado, a maioria da ra?a Nelore, e tem foco na cria??o de bezerros.

Andr¨¦ foi um dos 486 produtores rurais atendidos por um programa de insemina??o artificial para melhoria gen¨¦tica do rebanho de corte. A iniciativa foi viabilizada pelo Projeto de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustent¨¢vel do Tocantins (PDRIS), do governo do estado, financiado pelo Banco Mundial. Assim, teve acesso a tecnologias com que os av¨®s nem poderiam sonhar quando mais jovens.

Em todo o estado, em 2021, o PDRIS investiu R$ 5 milh?es em 92 munic¨ªpios, inseminando 87 mil f¨ºmeas. Os produtores rurais receberam as doses de s¨ºmen e, em contrapartida, precisavam custear um veterin¨¢rio respons¨¢vel pela atividade.

Para a Agropecu¨¢ria ?gua Benta, onde at¨¦ ent?o havia 250 cabe?as de gado, foram destinadas 350 doses de s¨ºmen. Naquele momento, os objetivos de Andr¨¦ eram aumentar o plantel ¨C em especial o de f¨ºmeas ¨C e uniformizar a qualidade do rebanho. Os av¨®s, com mais de 40 anos de experi¨ºncia na pecu¨¢ria, desconfiaram a princ¨ªpio.

¡°Nunca fiz insemina??o artificial com meu gado. Sempre usei bois reprodutores para cobrir as vacas. A¨ª, chegou Andr¨¦ com essa novidade. Eu disse: ¡®N?o ¨¦ o meu gosto, mas se quer fazer, faz¡¯. Concordei e est¨¢ dando certo¡±, reconhece o patriarca.  

O custo e a rapidez dos resultados ajudaram o casal a mudar de ideia. ¡°Ficou de encher os olhos¡±, resume Ivone. ¡°Gostaria de ter tido oportunidades assim antes. Se eu soubesse que havia um projeto desses, eu iria atr¨¢s, com certeza.¡±  

¡°Comprar um touro reprodutor ¨¦ caro e traz uma s¨¦rie de riscos, desde o transporte at¨¦ a possibilidade de ele morrer por uma enfermidade na fazenda. Sem contar que a variabilidade gen¨¦tica ¨¦ menor, pois se trata de apenas um animal¡±, explica Andr¨¦. ¡°Com a insemina??o artificial, voc¨º pode ter acesso ao s¨ºmen de v¨¢rios touros de excel¨ºncia e pagar no m¨¢ximo R$ 120 a dose¡±, completa. Ele avalia que, sem o PDRIS, teria demorado pelo menos dois anos para alcan?ar os objetivos.

A fam¨ªlia agora sonha continuar o processo de melhoria gen¨¦tica para promover caracter¨ªsticas desej¨¢veis nos rebanhos modernos: ganho r¨¢pido de peso, precocidade (momento em que os bovinos est?o aptos a iniciar a reprodu??o) e habilidade materna (capacidade de produzir leite suficiente para os bezerros).

¡°Esse programa abriu portas para o pequeno produtor ter acesso a tecnologia e para melhorar de forma substancial todo o rebanho do estado, e fez isso sem muita burocracia¡±, elogia Andr¨¦.

Gostaria de ter tido oportunidades assim antes. Se eu soubesse que havia um projeto desses, eu iria atr¨¢s, com certeza
Ivone Pinto
pecuarista
Fazenda ?gua Benta, Tocantins

Agropecu¨¢ria ?gua Benta, no Tocantins

Produ??o melhorada

Produzir mais e com primor ¨¦ fundamental em um estado como o Tocantins, onde a pecu¨¢ria corresponde a 30% do Produto Interno Bruto (PIB) e a 16% das exporta??es.

¡°O programa de melhoramento gen¨¦tico foi t?o bem sucedido que continuou mesmo depois do fim do PDRIS (em dezembro de 2021), com recursos pr¨®prios do estado¡±, comemora Mauricio Fregonesi, gerente do projeto do governo do Tocantins.  

Esse trabalho faz par com a implementa??o de sete frigor¨ªficos, algo discutido desde o in¨ªcio do PDRIS para incrementar a seguran?a alimentar do estado. Tr¨ºs deles devem iniciar o abate neste ano. Os restantes est?o ainda em constru??o. Os locais atender?o ¨¤s normas sanit¨¢rias impostas a uma ind¨²stria desse porte e todos os efluentes passar?o por lagoas de tratamento antes de serem devolvidos ¨¤ natureza.

¡°Antes, havia muitos matadouros clandestinos, abate embaixo de ¨¢rvores, comercializa??o em feiras a c¨¦u aberto, tudo em condi??es prec¨¢rias¡±, lembra Fatima Amazonas, que foi cogerente do projeto durante cinco anos. 

Relev?ncia nacional

Dados da Estat¨ªstica da Produ??o Pecu¨¢ria, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat¨ªstica (IBGE), mostram que o Tocantins foi, entre , um dos estados que mais contribu¨ªram para o aumento do abate de bovinos em todo o territ¨®rio nacional. Al¨¦m disso, em 2023, Tocantins ocupou o oitavo lugar nacional em exporta??o de carne bovina: 4,4% de toda a carne vendida pelo Brasil veio de l¨¢.

Com todos os investimentos feitos pelo projeto, a expectativa ¨¦ aumentar, sempre com qualidade, a relev?ncia local no setor agropecu¨¢rio, incorporando novas tecnologias e integrando novas e antigas gera??es de produtores, como na Agropecu¨¢ria ?gua Benta. 

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