Tarde em Teresina. Enquanto l¨¢ fora h¨¢ calor e barulho, nas salas de aula do Senac Piau¨ª, as centenas de alunos desfrutam de sil¨ºncio e do frescor do ar-condicionado. Muitos s?o atendidos pelo programa Bolsa Fam¨ªlia, do governo federal.
Eles usam o benef¨ªcio e programas complementares de qualifica??o para garantir um futuro melhor. ¡°Sonho ir al¨¦m, estudar, ter uma boa profiss?o¡±, diz Tamires Rodrigues, 17 anos. Ela e os colegas fazem bem, e por dois motivos.
Primeiro: o trabalho foi o maior respons¨¢vel pela redu??o da extrema pobreza no Brasil na primeira d¨¦cada dos anos 2000. O dado ¨¦ do .
¡°Para que a redu??o de pobreza ocorra de forma sustentada, ¨¦ crucial promover o acesso dos mais pobres a cursos de qualifica??o profissional, a servi?os de intermedia??o de m?o-de-obra e ao microcr¨¦dito¡±, refor?a a economista Joana Silva, do Banco Mundial.
Ao conjunto de tais elementos d¨¢-se o nome de inclus?o produtiva. Ela, por sua vez, representa um dos eixos do plano , cuja meta ¨¦ tirar 16 milh?es de brasileiros da extrema pobreza at¨¦ 2014.
Empregos prec¨¢rios
O segundo motivo pelo qual os jovens de baixa renda precisam apostar em forma??o profissional tem a ver com a precariedade dos empregos hoje conquistados por quem recebe o Bolsa Fam¨ªlia.
Enquanto o mercado de trabalho no Brasil torna-se cada vez mais formal, o acesso dessas pessoas a tais empregos ainda ¨¦ limitado, como mostra um , da Universidade de S?o Paulo (USP).
Entre 2004 e 2007, apenas cerca de 10% dos benefici¨¢rios do programa Bolsa Fam¨ªlia obtiveram em algum momento um trabalho formal. Desse total, metade perdeu esse v¨ªnculo um ano depois de assumir o posto.