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REPORTAGEM

No Brasil, jovens apostam em trabalho e qualifica??o para superar a extrema pobreza

13 de junho de 2013


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No Senac de Teresina (PI), jovens fazem curso pelo Pronatec: programa pretende formar 1 milh?o de novos profissionais at¨¦ 2014.

Mariana Ceratti/Banco Mundial

DESTAQUES DO ARTIGO
  • O trabalho ¨¦ o principal respons¨¢vel pela recente diminui??o da pobreza no Brasil.
  • Brasil expande programas de qualifica??o profissional, intermedia??o de m?o de obra e microcr¨¦dito para ajudar os mais pobres a conquistar empregos.
  • Essas s?o duas conclus?es de uma recente confer¨ºncia sobre inclus?o produtiva.

Tarde em Teresina. Enquanto l¨¢ fora h¨¢ calor e barulho, nas salas de aula do Senac Piau¨ª, as centenas de alunos desfrutam de sil¨ºncio e do frescor do ar-condicionado. Muitos s?o atendidos pelo programa Bolsa Fam¨ªlia, do governo federal.

Eles usam o benef¨ªcio e programas complementares de qualifica??o para garantir um futuro melhor. ¡°Sonho ir al¨¦m, estudar, ter uma boa profiss?o¡±, diz Tamires Rodrigues, 17 anos. Ela e os colegas fazem bem, e por dois motivos.

Primeiro: o trabalho foi o maior respons¨¢vel pela redu??o da extrema pobreza no Brasil na primeira d¨¦cada dos anos 2000. O dado ¨¦ do . 

¡°Para que a redu??o de pobreza ocorra de forma sustentada, ¨¦ crucial promover o acesso dos mais pobres a cursos de qualifica??o profissional, a servi?os de intermedia??o de m?o-de-obra e ao microcr¨¦dito¡±, refor?a a economista Joana Silva, do Banco Mundial.

Ao conjunto de tais elementos d¨¢-se o nome de inclus?o produtiva. Ela, por sua vez, representa um dos eixos do plano , cuja meta ¨¦ tirar 16 milh?es de brasileiros da extrema pobreza at¨¦ 2014.

Empregos prec¨¢rios

O segundo motivo pelo qual os jovens de baixa renda precisam apostar em forma??o profissional tem a ver com a precariedade dos empregos hoje conquistados por quem recebe o Bolsa Fam¨ªlia.

Enquanto o mercado de trabalho no Brasil torna-se cada vez mais formal, o acesso dessas pessoas a tais empregos ainda ¨¦ limitado, como mostra um , da Universidade de S?o Paulo (USP).

Entre 2004 e 2007, apenas cerca de 10% dos benefici¨¢rios do programa Bolsa Fam¨ªlia obtiveram em algum momento um trabalho formal. Desse total, metade perdeu esse v¨ªnculo um ano depois de assumir o posto.


" O Pronatec mostra que, quando se oferta forma??o de qualidade para a popula??o de baixa renda e quando existe a participa??o da assist¨ºncia social no processo de mobiliza??o desse p¨²blico, avan?os muito importantes podem ser feitos.  "

Tiago Falc?o

Secret¨¢rio Extraordin¨¢rio para a Supera??o da Extrema Pobreza, Minist¨¦rio do Desenvolvimento Social (MDS).

Projeto de carreira

¡°A educa??o ¨¦ primordial para que os mais pobres deixem de ter v¨ªnculos curtos e possam fazer um projeto de carreira¡±, explicou Leichsering durante o , em Campinas (SP), promovido em maio pelo Minist¨¦rio do Desenvolvimento Social (MDS), Banco Mundial e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O do Minist¨¦rio da Educa??o (MEC), ¨¦ um aliado desses jovens de baixa renda e preocupados com o futuro profissional.

¡°Ele oferece qualifica??o considerando o n¨ªvel de escolaridade dessas pessoas, o perfil profissional que elas por acaso j¨¢ tenham e as caracter¨ªsticas econ?micas de cada munic¨ªpio¡±, explicou o secret¨¢rio de educa??o tecnol¨®gica do MEC, Marco Ant?nio Oliveira, em Campinas.

Quando as aulas acabam, os estudantes s?o encaminhados para o mercado de trabalho. A ideia ¨¦ que, at¨¦ 2014, haja 1 milh?o de novos profissionais qualificados em ¨¢reas como seguran?a do trabalho, constru??o civil, programa??o para a internet e turismo, entre outras.  

Acolhimento e orienta??o

Cada aluno que chega para fazer os cursos passa por uma fase de acolhimento igualmente importante para ajudar a planejar a vida profissional.

¡°Na matr¨ªcula, todos s?o orientados sobre o que podem fazer quando estiverem formados¡±, explicou em Campinas Felipe Morgado, diretor executivo do setor de educa??o tecnol¨®gica do Senai.

Essa orienta??o ¨¦ ¨²til at¨¦ para quem pretende al?ar novos voos, como a piauiense Tamires, que quer ser m¨¦dica: ¡°Sendo recepcionista de sa¨²de, posso come?ar a me especializar¡±.  

Enquanto estudam para buscar a carreira dos sonhos e uma vida melhor que a dos pais, ela e os colegas tamb¨¦m se tornam o motor de um pa¨ªs que quer crescer com sustentabilidade.


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