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COMUNICADO ? IMPRENSA7 de dezembro de 2022

O potencial de diversifica??o e desenvolvimento econ¨®mico de Angola est¨¢ intrinsecamente ligado ¨¤ resili¨ºncia ao clima

LUANDA, 7 de Dezembro 7, 2022 ¡ª ? medida que os impactos das altera??es clim¨¢ticas amea?am cada vez mais a vida e os meios de subsist¨ºncia das pessoas em todo o pa¨ªs, ser¨¢ fundamental para Angola utilizar as receitas da sua riqueza petrol¨ªfera remanescente para investir na resili¨ºncia clim¨¢tica e intensificar os esfor?os para diversificar a sua economia, diz o novo Relat¨®rio do Banco Mundial sobre o Clima e Desenvolvimento do Pa¨ªs (CCDR) para Angola.

Prev¨º-se que os impactos clim¨¢ticos at¨¦ 2060 tenham um pesado impacto na economia angolana e na sua popula??o, e sem medidas de adapta??o, o produto interno bruto (PIB) de Angola pode ser reduzido em at¨¦ 6% at¨¦ 2050. O sul de Angola tem sido o mais duramente atingido por condi??es clim¨¢ticas extremas, tendo sofrido uma seca severa e prolongada durante a ¨²ltima d¨¦cada, com condi??es descritas como as piores dos ¨²ltimos 40 anos.

A CCDR mostra que a disponibilidade de ¨¢gua cada vez mais vari¨¢vel e o aumento dos fen¨®menos clim¨¢ticos extremos dever?o colocar desafios crescentes ¨¤ produ??o agr¨ªcola e ¨¤ seguran?a alimentar. As perdas econ¨®micas directas na agricultura causadas pelas secas podem aumentar dos actuais 100 milh?es de d¨®lares por ano em todo o pa¨ªs, para mais de 700 milh?es de d¨®lares por ano at¨¦ 2100. Os choques econ¨®micos e clim¨¢ticos, combinados com elevados n¨ªveis de vulnerabilidade ¨¤ pobreza, s?o suscept¨ªveis de levar a um aumento substancial da incid¨ºncia e gravidade da pobreza, inseguran?a alimentar, e desnutri??o infantil.

Para impulsionar o crescimento econ¨®mico, criar bons empregos e melhorar as condi??es de vida, Angola pode explorar os seus recursos renov¨¢veis tais como ¨¢gua, terra f¨¦rtil e potencial solar e e¨®lico para aumentar a produtividade na agricultura e pescas. Ao mesmo tempo, existem oportunidades para aumentar significativamente a produ??o de energia renov¨¢vel, enquanto se reduz a queima e libertacao de g¨¢s e emiss?es evazivas de metano.

Isto vem com uma reserva: os sectores n?o-extractivos mais promissores de Angola s?o altamente sens¨ªveis ao clima e j¨¢ se encontram sob maior tens?o devido ¨¤ variabilidade clim¨¢tica.

 "O potencial significativo de Angola para a produ??o de electricidade limpa e para a agricultura depende da cria??o da resili¨ºncia clim¨¢tica. Investir agora em medidas de adapta??o ser¨¢ fundamental se se quiser conduzir um crescimento econ¨®mico mais sustent¨¢vel e inclusivo, garantir a seguran?a alimentar, e reduzir a pobreza", diz Albert Zeufack, Director do Banco Mundial para Angola.

A concretiza??o da vis?o de desenvolvimento resiliente e inclusivo de Angola exigir¨¢ a integra??o do clima no planeamento e gest?o fiscal, a reforma de pol¨ªticas de combust¨ªveis para libertar mais financiamento p¨²blico, e o estimulo do investimento do sector privado em energias renov¨¢veis e infra-estruturas resistentes ao clima. Al¨¦m disso, ser¨¢ necess¨¢rio melhorar a govern?ncia para se canalizar a riqueza petrol¨ªfera remasnescente no refor?o da resili¨ºncia, ao mesmo tempo que se mobiliza financiamento verde e azul adicional.

"O aumento dos investimentos na adapta??o ¨¤s altera??es clim¨¢ticas ¨¦ fundamental para o crescimento econ¨®mico sustent¨¢vel de Angola e a resili¨ºncia de muitos dos seus neg¨®cios", disse Carlos Katsuya, Representante do IFC e Chefe de Miss?o para Angola. "O sector privado tem um papel importante a desempenhar para assegurar que Angola construa uma economia diversificada, resiliente e inclusiva que lide com os desafios das altera??es clim¨¢ticas e tamb¨¦m apoie o emprego e o crescimento".

O presente CCDR, o primeiro do g¨¦nero para Angola, visa apoiar os esfor?os do pa¨ªs para alcan?ar os seus objectivos de desenvolvimento dentro de um clima em mudan?a, quantificando os impactos das altera??es clim¨¢ticas na economia e tra?ando um caminho para um crescimento robusto e resiliente ¨¤s altera??es clim¨¢ticas.

O relatorio identifica cinco vias para se alcan?ar uma economia diversificada e resiliente ao clima, com oportunidades para todos os angolanos. Estas compreendem: i) gerir os recursos h¨ªdricos para produzir electricidade limpa, alimentos em abund?ncia, e cidades habit¨¢veis, ii) assegurar um fornecimento de energia verde e resiliente ao clima que inclua energia hidroel¨¦ctrica, solar, e e¨®lica, iii) alavancar os enormes recursos de terra ar¨¢vel para que o pa¨ªs se torne em um grande e moderno centro produtor de alimentos adaptado ¨¤s mudan?as clim¨¢ticas, iv) construir cidades verdes e resilientes que possam catalisar o crescimento e a cria??o de emprego, e v) impulsionar o capital humano e criar uma cultura de prepara??o ¨¤s mudan?as clim¨¢ticas em todo os sectores. 

Sobre os Relat¨®rios de Clima e Desenvolvimento dos Pa¨ªses (CCDRs)

Os Relat¨®rios do Grupo Banco Mundial sobre o Clima e Desenvolvimento dos Pa¨ªses (CCDR) s?o novos relat¨®rios estrat¨¦gicos de diagn¨®stico que integram considera??es sobre altera??es clim¨¢ticas e desenvolvimento. Ajudar?o os pa¨ªses a dar prioridade ¨¤s ac??es com maior impacto que possam reduzir as emiss?es de gases com efeito de estufa (GEE) e impulsionar a adapta??o, ao mesmo tempo que se realizam os objectivos de desenvolvimento mais amplos. Os CCDR baseiam-se em dados e investiga??o rigorosa e identificam as principais vias para a redu??o das emiss?es de gases com efeito de estufa e vulnerabilidades clim¨¢ticas, incluindo os custos e desafios, bem como os benef¨ªcios e oportunidades de o fazer. Os relat¨®rios prop?em ac??es concretas e priorit¨¢rias para apoiar a transi??o com baixo teor de carbono e resiliente. Como documentos p¨²blicos, os CCDR visam informar governos, cidad?os, o sector privado e parceiros de desenvolvimento e facilitar compromissos com a agenda de desenvolvimento e clima. Os CCDR ir?o tamb¨¦m contribuir para outros diagn¨®sticos estrat¨¦gicos do Grupo do Banco, para os compromissos e opera??es dos pa¨ªses, e ajudar a atrair recursos financeiros e linhas de financiamento directo para ac??es clim¨¢ticas de alto impacto.

COMUNICADO ? IMPRENSA N? 2022/030/AFE

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