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COMUNICADO ? IMPRENSA4 de julho de 2022

Por causa da pandemia, Brasil perdeu o equivalente a 10 anos de progresso no ?ndice de Capital Humano

Relat¨®rio de Capital Humano Brasileiro - Investindo nas Pessoas, do Banco Mundial, mostra o quanto o pa¨ªs desperdi?a seu talento por n?o oferecer sa¨²de e educa??o de qualidade para todos

 

BRAS?LIA, 4 DE JULHO DE 2022 ¨C Uma crian?a brasileira nascida em 2021 perder¨¢, em m¨¦dia, 46% do seu potencial total devido ¨¤s condi??es inadequadas de sa¨²de e educa??o, agravadas pela pandemia de Covid-19. J¨¢ para as nascidas em 2019, esse percentual era de 40%. Em dois anos, por causa da crise sanit¨¢ria, econ?mica e educacional, o Brasil perdeu o equivalente a uma d¨¦cada de progresso no ?ndice de Capital Humano. Os dados s?o do Relat¨®rio de Capital Humano Brasileiro - Investindo nas Pessoas, lan?ado hoje pelo Banco Mundial.

O relat¨®rio prop?e o ?ndice de Capital Humano (ICH) para estimar a perda ou ac¨²mulo de habilidades pelos indiv¨ªduos at¨¦ os 18 anos. Tal indicador considera as condi??es de educa??o e sa¨²de desfrutadas pelas crian?as brasileiras durante per¨ªodos cr¨ªticos de forma??o de habilidades. Um alto ?ndice de Capital Humano hoje ¨¦ uma promessa de alta produtividade da futura gera??o de trabalhadores.

¡°Em 2019, quando o ICH do Brasil era de 60%, j¨¢ se observavam diferen?as regionais e desigualdades locais na acumula??o de capital humano. Por isso, o relat¨®rio fala em ¡®muitos Brasis¡¯. As crian?as nascidas naquele ano em munic¨ªpios do Norte e Nordeste, por exemplo, desenvolveriam aproximadamente metade de todo o seu talento potencial, ou 10 pontos percentuais (0,1 ponto do ICH) a menos que a m¨¦dia de uma crian?a do Sudeste¡±, afirma Ildo Lautharte, coautor do relat¨®rio.

Nas ¨²ltimas d¨¦cadas, o Nordeste registrou o maior crescimento do capital humano no pa¨ªs, mas partindo de n¨ªveis relativamente mais baixos. O crescimento mais not¨¢vel do ICH, no entanto, concentrou-se nos estados de Pernambuco (aumento de 25,6%), Alagoas (aumento de 20,9%) e Cear¨¢ (aumento de 20,9%). Poucas ¨¢reas do Sul e Sudeste apresentaram crescimentos semelhantes. A regi?o Norte foi a que teve o pior desempenho, e os munic¨ªpios localizados no Amap¨¢, Roraima e Tocantins destacam-se com os menores ganhos de ICH entre 2007 e 2019. As crian?as da Regi?o Norte n?o est?o apenas atr¨¢s, elas tamb¨¦m acumularam capital humano em um ritmo mais lento que crian?as em outras regi?es do Brasil.

Outra constata??o do relat¨®rio ¨¦ de que o ?ndice de Capital Humano das pessoas brancas aumentou em um ritmo mais acelerado do que qualquer outro grupo racial no Brasil. O aumento m¨¦dio do ICH das pessoas brancas entre 2007 e 2019 foi de 14,6%. J¨¢ os ganhos entre afrodescendentes e ind¨ªgenas, por outro lado, foram bem menos promissores. O ICH entre afrodescendentes aumentou 10,2% e o de ind¨ªgenas permaneceu praticamente inalterado, com uma taxa de crescimento de apenas 0,97% no mesmo per¨ªodo.

¡°Se o ICH mantivesse a trajet¨®ria de crescimento observada entre 2007 e 2019, o Brasil levaria aproximadamente 60 anos para atingir os patamares de capital humano alcan?ados pelos pa¨ªses desenvolvidos. Com as perdas trazidas pela pandemia, h¨¢ ainda menos tempo a perder¡±, diz Pablo Acosta, coautor do relat¨®rio e tamb¨¦m coordenador do programa de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial no Brasil.  

O caminho para a recupera??o ser¨¢ longo, segundo o relat¨®rio. Considerando-se a taxa de crescimento antes da pandemia, o ICH do Brasil levaria de 10 a 13 anos para retornar ao patamar de 2019. Ou seja, o Brasil chegaria novamente ao ICH de 2019 somente em 2035.

O estudo traz diversas recomenda??es para que o Brasil acelere a recupera??o do capital humano:

  • A recupera??o e acelera??o sustent¨¢veis exigem sistemas p¨²blicos resilientes. Os governos devem estar preparados para superar desafios inesperados ou enfrentar as pr¨®ximas crises clim¨¢ticas e de sa¨²de p¨²blica.
  • Visto que os impactos da COVID-19 na forma??o de capital humano no Brasil se materializaram, em grande parte, na educa??o, a recupera??o e acelera??o do aprendizado devem ser prioridades nos pr¨®ximos anos. Em primeiro lugar ¨C e acima de tudo ¨C todos os alunos devem voltar ¨¤ escola.
  • Uma vez de volta ¨¤ escola, os alunos precisam, efetivamente, reaprender. A recupera??o e acelera??o do aprendizado devem ser prioridade.
  • ? essencial fortalecer a aprendizagem h¨ªbrida, ampliar a conectividade ¨¤ internet, fornecer dispositivos computacionais para alunos vulner¨¢veis e aprimorar as compet¨ºncias digitais.
  • O Sistema ?nico de Sa¨²de (SUS) deve proteger crian?as e adolescentes das consequ¨ºncias sanit¨¢rias e socioemocionais da pandemia.
  • Como desigualdades preexistentes tendem a se agravar, o programa brasileiro de transfer¨ºncia condicionada de renda (anteriormente denominado Bolsa Familia, agora Auxilio Brasil) deve ser fortalecido para apoiar grupos de pessoas mais afetados pela pandemia de COVID-19.

Sum¨¢rio executivo (em portugu¨ºs):

Relat¨®rio completo (em ingl¨ºs): 

 

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