WASHINGTON, 9 de outubro de 2020 ¡ª A regi?o da Am¨¦rica Latina e do Caribe ¨¦ a mais atingida pela pandemia da COVID-19, o que traz ¨¤ tona a necessidade de proteger a popula??o enquanto as economias voltam aos trilhos. Isso exigir¨¢ a combina??o de medidas de sa¨²de p¨²blica e gerenciamento econ?mico, de acordo com o novo relat¨®rio do Banco Mundial.
Os pa¨ªses na regi?o est?o sofrendo com a redu??o na demanda externa, maior incerteza econ?mica, o colapso no setor de turismo e as consequ¨ºncias de meses em confinamento para tentar conter a propaga??o da doen?a. Com a expectativa de continua??o da pandemia por um per¨ªodo prolongado, os sistemas de sa¨²de devem considerar fazer reformas para melhorar sua efetividade e reduzir os custos que foram imputados aos governos e ¨¤s pessoas f¨ªsicas, segundo o relat¨®rio . Al¨¦m disso, os governos precisam retomar o caminho da consolida??o fiscal ap¨®s esse per¨ªodo necess¨¢rio de gastos altos com incentivos econ?micos e aux¨ªlios emergenciais, aponta o relat¨®rio.
&²Ô²ú²õ±è;¡°Nossa regi?o est¨¢ sofrendo os piores impactos econ?micos e sanit¨¢rios da COVID-19 no mundo, o que requer clareza na forma de combater a pandemia e colocar as economias de volta nos trilhos para uma recupera??o r¨¢pida¡±, disse Carlos Felipe Jaramillo, Vice Presidente do Banco Mundial para a Regi?o da Am¨¦rica Latina e do Caribe. ¡°Precisamos repensar o futuro para reconstruir melhor.¡±
Por causa da pandemia o Produto Interno Bruto (PIB) na regi?o da Am¨¦rica Latina e do Caribe (excluindo a Venezuela) deve sofrer um decl¨ªnio de 7,9% em 2020. ? esperado um retorno de 4,0% no crescimento em 2021.
A crise tem in¨ªcio logo ap¨®s v¨¢rios anos de fraco crescimento econ?mico e avan?os limitados nos indicadores sociais, e surge depois de uma onda de inquieta??o social em v¨¢rios pa¨ªses da regi?o. Al¨¦m disso, o impacto das medidas de confinamento foi sentido de maneira desproporcional nas fam¨ªlias que dependem de trabalhos informais. Isso refor?a a necessidade de pol¨ªticas que incentivem a formaliza??o, sem penalizar a t?o necess¨¢ria cria??o de empregos. Enquanto isso, registros sociais abrangentes ajudariam as transfer¨ºncias sociais a alcan?ar mais pessoas entre os que vivem ¡°da m?o para a boca¡±.
Apesar da perspectiva negativa, h¨¢ alguns sinais de que o impacto pode ser menos grave do que o temido inicialmente. O com¨¦rcio global de bens est¨¢ retornando aos n¨ªveis anteriores ¨¤ crise e os pre?os das commodities se mantiveram relativamente bem. Ap¨®s um forte decl¨ªnio inicial, as remessas est?o, de maneira geral, mais altas do que h¨¢ um ano. E alguns pa¨ªses perderam acesso aos mercados financeiros internacionais. As pol¨ªticas econ?micas devem buscar aproveitar essas oportunidades.
? importante pontuar que os pacotes de est¨ªmulo formulados pelos diversos governos da regi?o foram muitas vezes robustos, apesar das limita??es fiscais, e muitos dos recursos adicionais foram para as transfer¨ºncias sociais. O efeito multiplicador dessas transfer¨ºncias na atividade econ?mica ¨¦ significativo.
O n¨²mero de mortos pela pandemia mant¨¦m-se alto em v¨¢rios pa¨ªses na regi?o, mas o apoio para confinamentos rigorosos est¨¢ erodindo e o espa?o fiscal para apoiar fam¨ªlias e empresas est¨¢ ficando cada vez mais estreito. Neste contexto, experi¨ºncias exitosas em outros pa¨ªses que n?o sofreram de maneira desproporcional os efeitos da COVID-19 devem ser analisadas e adaptadas. Em paralelo, a cobertura e a qualidade dos sistemas de sa¨²de devem ser aperfei?oadas, e os pagamentos diretos com sa¨²de devem ser contidas.
¡°Os governos devem proteger os mais vulner¨¢veis enquanto ajustam os padr?es de sa¨²de e seguran?a em todos os setores e atividades, especialmente no que se refere ¨¤s escolas, para que a probabilidade de cont¨¢gio permane?a baixa quando a vida voltar ao normal¡±, disse Martin Rama, Economista Chefe do Banco Mundial para a regi?o da Am¨¦rica Latina e do Caribe. ¡°Assegurar o acesso amplo e a pre?os acess¨ªveis a servi?os de assist¨ºncia ¨¤ sa¨²de ¨¦ fundamental para enfrentar esse desafio.¡±
A pandemia da COVID-19 coloca em destaque os sistemas de sa¨²de fragmentados que n?o oferecem cobertura de qualidade para toda a popula??o. Os pagamentos diretos com sa¨²de podem ser consider¨¢veis e costumam ser regressivos. Melhorar os servi?os de sa¨²de deve ser parte da pol¨ªtica de resposta ¨¤ crise.
Produtos farmac¨ºuticos s?o respons¨¢veis por uma grande parte dos pagamentos diretos em sa¨²de, mas seu custo sofre grande varia??o tanto dentro dos pa¨ªses quanto entre os pa¨ªses da regi?o. A aquisi??o p¨²blica e eficiente de medicamentos, incluindo as vacinas para a COVID-19, ser?o fundamentais para o retorno ¨¤ normalidade.
O setor farmac¨ºutico pode impulsionar a capacidade cient¨ªfica local, e pode ser um importante aliado na luta contra a pandemia. Mas ele tamb¨¦m pode colocar um fardo bastante pesado nos or?amentos dos governos e nas finan?as dom¨¦sticas. O relat¨®rio aponta que um desenho de licita??o melhor poderia reduzir as despesas dos governos no setor farmac¨ºutico da regi?o de 12 a 15 por cento. Ademais, manter os custos com a sa¨²de baixos depende das ag¨ºncias regulat¨®rias promoverem a concorr¨ºncia e aprovarem, incentivarem e potencialmente imporem o uso de gen¨¦ricos.
Por fim, enquanto os governos aumentaram suas despesas para enfrentar a crise, os n¨ªveis da d¨ªvida p¨²blica na regi?o aumentaram bruscamente. Os aux¨ªlios emergenciais podem continuar a ser necess¨¢rios no momento, mas os pa¨ªses ter?o que encontrar maneiras de voltar ao equil¨ªbrio fiscal. Reorientar impostos e despesas p¨²blicas de forma a apoiar a cria??o de empregos, a presta??o de servi?os e o desenvolvimento da infraestrutura ¨¦ necess¨¢rio para colocar a regi?o de volta no trilho do crescimento inclusivo e sustent¨¢vel.
Resposta do Grupo Banco Mundial ¨¤ COVID-19
¡°O Grupo Banco Mundial, uma das maiores fontes de financiamento e conhecimento para os pa¨ªses em desenvolvimento est¨¢ tomando medidas r¨¢pidas e abrangentes para ajudar os pa¨ªses em desenvolvimento a fortalecer suas respostas ¨¤ pandemia. Estamos apoiando interven??es em sa¨²de p¨²blica, trabalhando para assegurar o fluxo de insumos e equipamentos essenciais, e ajudando o setor privado a continuar operando e a manter os empregos. Oferecemos apoio financeiro de at¨¦ US$ 160 bilh?es ao longo de mais de 15 meses para ajudar cerca de 100 pa¨ªses a proteger os pobres e vulner¨¢veis, apoiar as empresas, e impulsionar a recupera??o econ?mica. Isso inclui US$ 50 bilh?es de novos recursos da Å·ÃÀÈÕb´óƬ por meio de doa??es e empr¨¦stimos altamente concessionais¡±.
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