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REPORTAGEM6 de maio de 2024

Reabilita??o de estradas adaptadas ao clima: Uma atualiza??o crucial para S?o Tom¨¦ e Pr¨ªncipe

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EN-1 Road connecting ?S?o Tom¨¦ and Guadalupe. 

Photo: Wilson Piassa / World Bank

O Banco Mundial desempenha um papel fundamental na transforma??o das infraestruturas de S?o Tom¨¦ e Pr¨ªncipe (STP), ao financiar o Projeto de Desenvolvimento do Sector dos Transportes e Prote??o Costeira. Este projeto inclui, nomeadamente, a reabilita??o de um tro?o de 14 quil¨®metros da Estrada Nacional 1 (EN-1), que liga a capital S?o Tom¨¦ a Guadalupe. A iniciativa tem por objetivo estabelecer um novo padr?o para a constru??o de estradas resistentes ao clima na regi?o. Ao centrar-se na melhoria da qualidade das estradas, incorporando sistemas de drenagem melhorados, passeios e elementos de seguran?a, o projeto aborda tanto as preocupa??es ambientais como sociais. Espera-se que esta infraestrutura melhorada incremente significativamente a mobilidade, impulsione as empresas locais e aumente a seguran?a dos residentes, definindo uma refer¨ºncia elevada para futuros projetos rodovi¨¢rios no pa¨ªs.

Sempre que chove forte na cidade de S?o Tom¨¦ e arredores, a ansiedade toma conta dos cidad?os e dos governantes. Nos ¨²ltimos anos, as chuvas fortes provocaram inunda??es, deslizamentos de terras e destru¨ªram pontes, deixando um rasto de destrui??o. Infelizmente, as infra-estruturas existentes, especialmente as estradas, n?o foram concebidas para resistir aos choques clim¨¢ticos que ocorreram ou aos que provavelmente ocorrer?o no futuro. Prev¨º-se que a precipita??o no pa¨ªs se intensifique nas pr¨®ximas d¨¦cadas devido ¨¤s altera??es clim¨¢ticas. As repara??es paliativas n?o resolveram os problemas de buracos e outros perigos nas estradas que ligam a cidade aos bairros e distritos do interior da ilha. Por isso, as estradas em STP t¨ºm sido uma preocupa??o constante devido ao seu uso frequente, por vezes de car¨¢cter emergencial, e aos recursos limitados dispon¨ªveis para a sua manuten??o. A qualidade deficiente das estradas e a sua curta vida ¨²til tornaram-se uma fonte constante de transtornos e dificuldades para os santomenses e visitantes, especialmente para os turistas, que n?o podem desfrutar de uma condu??o tranquila e segura.

A reabilita??o e moderniza??o da atual Estrada Nacional 1 (EN1), que liga a capital ¨¤s cidades do norte, foi recentemente conclu¨ªda para o primeiro tro?o e foi concebida para resistir ao impacto da altera??o dos padr?es clim¨¢ticos.

Espera-se que o novo tro?o da estrada proporcione um meio de transporte seguro e eficiente para todos os seus utentes, tendo sido constru¨ªdo com um elevado padr?o de qualidade e com um enfoque na sustentabilidade e na resili¨ºncia. Ter¨¢ impactos significativos para os santomenses e estabelece um novo padr?o para futuras estradas, melhora a mobilidade e beneficia as empresas e as zonas residenciais.

Novo padr?o de constru??o de estradas

O Banco Mundial deu um passo importante no sentido de estabelecer um padr?o para estradas resistentes ao clima em STP ao financiar o , que inclui a reabilita??o de um tro?o de 14 quil¨®metros da EN-1, que se estende de S?o Tom¨¦ a Guadalupe. O projeto foi implementado com foco na repara??o da estrada principal e dos seus passeios, sistemas de drenagem, pontes e sinaliza??o. Al¨¦m disso, a reabilita??o foi realizada com a m¨¢xima considera??o pelas preocupa??es ambientais e sociais, que foram priorizadas ao longo do projeto.

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Helder Paquete, Diretor Executivo do Instituto Nacional de Estradas (INAE). Foto: Wilson Piassa/ Banco Mundial

¡°O tro?o de estrada de S?o Tom¨¦ a Guadalupe ¨¦ uma refer¨ºncia para n¨®s. Esperamos que todas as estradas futuras sejam constru¨ªdas, pelo menos, com este padr?o, com foco na resili¨ºncia clim¨¢tica. Isto inclui o provimento de passeios, asfalto de alta qualidade, sinaliza??o clara, pontes renovadas, passadeiras com lombas e todas as caracter¨ªsticas de seguran?a necess¨¢rias para evitar acidentes. Como sabemos, os acidentes rodovi¨¢rios representam um encargo significativo para o Estado, e a redu??o do seu n¨²mero ¨¦ crucial para poupar vidas e dinheiro. O custo da reabilita??o de um ser humano ¨¦ bastante elevado", afirmou Helder Paquete, Diretor Executivo Nacional do Instituto Nacional de Estradas (INAE) de STP.

O projeto EN-1 definiu um novo padr?o para a constru??o de estradas em S?o Tom¨¦ e Pr¨ªncipe. Todas as novas estradas devem agora cumprir um padr?o m¨ªnimo de qualidade, independentemente da fonte de financiamento. Este ¨¦ um desenvolvimento positivo para as infra-estruturas do pa¨ªs e beneficiar¨¢ todos aqueles que dependem destas estradas.

Impacto na mobilidade

Gomes, que trabalha como motorista h¨¢ 20 anos, ¨¦ o presidente da Associa??o de Taxistas do Distrito de Lemba. ? conhecedor da estrada EN-1 e est¨¢ familiarizado com os seus contornos antes e depois da sua reabilita??o.

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Gomes dentro do seu taxi. Foto: Wilson Piassa/ Banco Mundial

¡°Estamos muito gratos por esta estrada ter sido reabilitada porque sofremos muito. Trabalhar nesta estrada era dif¨ªcil e os nossos carros ficavam frequentemente danificados, pelo que n?o pod¨ªamos desfrutar dos resultados do nosso trabalho ¨¢rduo. As dificuldades n?o eram apenas para n¨®s, taxistas, mas tamb¨¦m para os nossos passageiros, pois n?o pod¨ªamos responder prontamente ¨¤s suas necessidades. As obras efectuadas nesta estrada ultrapassaram as nossas expectativas. Est¨¢vamos ¨¤ espera que fosse colocada uma nova camada de asfalto, na esperan?a de que esta eliminasse os problemas das pedras, do p¨® e dos buracos. No entanto, o que recebemos foi uma estrada moderna, com toda a sinaliza??o necess¨¢ria e ¨¢reas designadas para o embarque e desembarque de passageiros", disse Gomes. ¡°Gostar¨ªamos de ver mais estradas como esta constru¨ªdas noutras partes do pa¨ªs para melhorar o trabalho dos nossos colegas taxistas. Tamb¨¦m estamos interessados em participar na manuten??o desta estrada. Pedimos ao presidente da c?mara que nos convide a ajudar a limpar o sistema de drenagem durante a ¨¦poca das chuvas e a prevenir o vandalismo.¡±

Os moto-taxistas, que tamb¨¦m ganham a vida na estrada, beneficiaram muito com as extensas obras de reabilita??o da estrada. Carlos Andrade, pai de tr¨ºs filhos, trabalha como moto-taxista em Guadalupe h¨¢ 15 anos. ? membro da associa??o local de moto-t¨¢xis, que conta com 14 membros.

¡°J¨¢ viajei por muitos distritos de S?o Tom¨¦ e tenho de admitir que nunca vi uma estrada que se comparasse a esta. Antes da constru??o desta estrada, era s¨® p¨® e pedras e era uma das piores estradas. Como moto-taxista, era muito dif¨ªcil para mim percorr¨º-la e tinha de gastar muito em pe?as sobressalentes porque as motos estavam sempre avariadas. No entanto, agora a estrada foi bem constru¨ªda e sinalizada, o que facilita a nossa desloca??o. Agora somos obrigados a ter mais cuidado ao conduzir porque h¨¢ crian?as a atravessar a estrada. Agora podemos trabalhar at¨¦ ¨¤s 21 horas por causa das l?mpadas. Se algu¨¦m entrar nesta estrada, vai sentir-se como se tivesse entrado num pa¨ªs diferente, porque a estrada ¨¦ bem iluminada e bonita", disse Carlos Andrade.

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Carlos apanhando um passageiro em mais um dia do seu servi?o de moto-t¨¢xi. Foto: Wilson Piassa/ Banco Mundial

Impacto nas empresas

A EN-1 ¨¦ uma estrada crucial em STP, pois liga as zonas industriais, agr¨ªcolas e de pesca da ilha. O mau estado da estrada causou dificuldades ¨¤ popula??o e afectou o sucesso das empresas. A EN-1 liga a capital a zonas cr¨ªticas da economia santomense, nomeadamente o porto de combust¨ªveis, a cervejaria e complexos tur¨ªsticos.

Tiziano Pisoni ¨¦ um empres¨¢rio italiano que reside em STP h¨¢ 32 anos. ? propriet¨¢rio do Mucumbli Eco-Lodge, uma est?ncia tur¨ªstica situada em Neves, ao longo da estrada EN-1. Antes de enveredar pela ind¨²stria do turismo, trabalhou na manuten??o de estradas e foi um dos respons¨¢veis pela cria??o dos Grupos de Interesse de Manuten??o de Estradas (GIMEs), as associa??es comunit¨¢rias que realizam actividades de manuten??o de estradas em STP. Por conseguinte, est¨¢ bem preparado para partilhar a sua opini?o de especialista sobre a qualidade da estrada EN-1.

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Tiziano Pisoni, propriet¨¢rio do Mucumbli Lodge, ao longo da estrada EN-1. Foto: Wilson Piassa/Banco Mundial

¡°A estrada de S?o Tom¨¦ a Guadalupe ¨¦, sem d¨²vida, a melhor do pa¨ªs. A sua qualidade ¨¦ compar¨¢vel ¨¤ dos padr?es internacionais e mesmo europeus. A ilumina??o ao longo da estrada reduziu significativamente o risco de acidentes, tornando-a uma estrada segura para viajar. Temos a nossa empresa em Neves h¨¢ 12 anos e enfrent¨¢mos muitos desafios nesta estrada. T¨ªnhamos custos muito elevados com a manuten??o do carro devido ¨¤ estrada, e tamb¨¦m o tempo que demor¨¢vamos a viajar era demasiado. Ap¨®s a reabilita??o da estrada, a comunica??o entre a nossa empresa e a cidade tornou-se muito mais f¨¢cil. Not¨¢mos um aumento significativo de clientes, especialmente nos nossos restaurantes. Anteriormente, as pessoas que viviam em S?o Tom¨¦ hesitavam em visitar-nos devido ao mau estado da estrada. No entanto, com a conclus?o da primeira parte da estrada, regist¨¢mos um aumento do n¨²mero de pessoas que nos visitam", disse Tiziano.

Honorato Clemente, 65 anos, vive no bairro do Conde, junto ¨¤ EN-1. Ap¨®s a reabilita??o da estrada, ficou motivado para abrir uma loja de cerveja de venda a grosso.

¡°Vivo neste bairro desde crian?a. Quando cheguei, n?o havia sequer dez casas. Durante muitos anos, parecia um s¨ªtio esquecido. No entanto, com a reabilita??o da estrada, Conde tornou-se em uma vila. As nossas casas valorizaram-se e h¨¢ muita gente a querer viver aqui", diz Honorato. ¡°Decidi abrir este armaz¨¦m de cerveja aqui devido ao aumento do tr¨¢fego na estrada. A maioria dos meus clientes vem de outros bairros¡±.

Impacto nas zonas residenciais

Wilfredo Moniz, advogado e morador do bairro Changra, no distrito de Lobata, utiliza a EN-1 para ir ao trabalho. A nova estrada traz in¨²meros benef¨ªcios para ele e para a comunidade que o rodeia, incluindo a melhoria da mobilidade e a valoriza??o econ¨®mica dos seus bairros.

¡°Cada cent¨ªmetro de terra ¨¦ crucial para uma pequena ilha como S?o Tom¨¦ e Pr¨ªncipe. As m¨¢s condi??es das estradas obrigaram muitas pessoas a deslocarem-se para a capital em busca de um s¨ªtio para viver. No entanto, com a reabilita??o da EN-1, as pessoas est?o agora a procurar casas nos bairros mais pr¨®ximos. Como resultado, estamos a ver muitos edif¨ªcios a serem constru¨ªdos ¨¤ volta da estrada. ? importante que o trabalho de reabilita??o continue at¨¦ chegar a Neves ou mesmo a Santa Catarina. Este corredor ¨¦ a espinha dorsal econ¨®mica de S?o Tom¨¦ e Pr¨ªncipe e a sua reabilita??o completa ajudar¨¢ o pa¨ªs e muitas pessoas a sa¨ªrem da pobreza", afirmou.

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Uma vista da EN-1 a passar por Vila do Conde. Foto: Wilson Piassa/Banco Mundial

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