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REPORTAGEM

Rio de Janeiro lan?a programa para reduzir gases de efeito estufa

18 de junho de 2012


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Banco Mundial (Mariana Kaipper Ceratti)

DESTAQUES DO ARTIGO
  • O Programa de Desenvolvimento Urbano de Baixo Carbono monitora o impacto causado pelas a??es municipais que visem ¨¤ redu??o dos gases causadores de efeito estufa.
  • O programa dar¨¢ origem a a??es capazes de inspirar outras cidades pelo mundo a criar seus pr¨®prios programas de desenvolvimento com baixo carbono.
  • Caso esses cr¨¦ditos de carbono sejam negociados, podem gerar recursos para o Rio de Janeiro.

No Rio de Janeiro, moradores e turistas que admiram as florestas urbanas enquanto pedalam charmosas bicicletas de aluguel talvez n?o fa?am ideia do quanto essas ¨¢reas verdes e os ve¨ªculos de duas rodas podem ajudar a construir um futuro de desenvolvimento forte e sustent¨¢vel para a cidade.

O potencial que ambos t¨ºm para reduzir a emiss?o de gases causadores de efeito estufa ¨C e gerar cr¨¦ditos de carbono capazes de financiar investimentos na infra-estrutura da cidade ¨C ser¨¢ medido por meio de um programa inovador lan?ado hoje pelo Banco Mundial e pela prefeitura da capital fluminense.

O Programa de Desenvolvimento Urbano de Baixo Carbono do Rio de Janeiro, com certifica??o ISO, vai monitorar o impacto causado pelas a??es municipais que visem ¨¤ redu??o dos gases causadores de efeito estufa.

Em um primeiro momento, o programa incluir¨¢ duas iniciativas: o programa de reflorestamento e manuten??o florestal ¨C que j¨¢ dura 28 anos na cidade com a maior floresta urbana do mundo ¨C e a estrutura cicl¨ªstica local (que engloba um novo projeto de bicicletas para aluguel, o Bike Rio, e a expans?o das ciclovias da cidade).

No futuro, o trabalho de coleta e an¨¢lise dos dados sobre essas atividades ser¨¢ estendido a outras iniciativas locais, relacionadas ¨¤ implementa??o de sistemas de transporte r¨¢pido por ?nibus, ¨¤ expans?o do servi?os de ¨¢gua e saneamento, ¨¤s pol¨ªticas de reciclagem e de efici¨ºncia energ¨¦tica em edif¨ªcios, por exemplo. 

¡°O Programa de Desenvolvimento Urbano de Baixo Carbono do Rio de Janeiro ¨¦ um passo inicial e importante rumo a uma vis?o hol¨ªstica da agenda local de sustentabilidade. Ele permitir¨¢ identificar o impacto, em termos de emiss?es de gases causadores de efeito estufa, dos investimentos a serem feitos na cidade nos pr¨®ximos anos¡±, explica Sebastian Scholz, economista ambiental e especialista do Banco Mundial. 

Al¨¦m disso, o programa dar¨¢ origem a a??es capazes de inspirar outras cidades pelo mundo a criar seus pr¨®prios programas de desenvolvimento com baixo carbono, segundo Rodrigo Rosa, assessor especial do prefeito do Rio, Eduardo Paes. ¡°? uma ideia que pode ser copiada ¨¤ vontade, n?o tem copyright¡±, defende. 


" As cidades precisam oferecer qualidade de vida aos moradores, e o poder para promover o crescimento verde est¨¢ nas m?os do povo e das autoridades.  "

Rodrigo Rosa

Assessor especial do prefeito do Rio

O Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade do Rio de Janeiro foi concebido conjuntamente pela administra??o municipal do Rio de Janeiro e o Banco Mundial, com apoio financeiro do Grupo de Pr¨¢tica de Mudan?as Clim¨¢ticas do Instituto Banco Mundial por meio de seu Programa Assist¨ºncia ao Financiamento de Carbono. 

¡°Onde existe atividade humana h¨¢ emiss?o de carbono, e portanto ¨¦ imposs¨ªvel acabar totalmente com esse processo. O programa avalia o impacto de interven??es pelo meio ambiente e, no futuro, vai possibilitar uma redu??o significativa¡±, acrescenta.

Hoje, todas as cidades do mundo s?o respons¨¢veis por 70% da produ??o dos gases causadores de efeito estufa. 

Com a ajuda do programa lan?ado hoje, a cidade estima reduzir 16% de suas emiss?es de carbono em 2016 (em rela??o aos n¨²meros de 2005) e 20% em 2020.

Se as metas forem cumpridas, em oito anos o Rio de Janeiro ter¨¢ evitado a libera??o de 2,3 milh?es de toneladas m¨¦tricas de gases causadores de efeito estufa ¨C embora exista um potencial ainda maior de redu??o. 

Cada tonelada m¨¦trica corresponde a um cr¨¦dito de carbono que pode ser usado para compensar as emiss?es durante os megaeventos marcados na cidade (como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimp¨ªadas de 2016) ou negociado nos mercados internacionais. 

Menos carbono, mais recursos

Caso esses cr¨¦ditos sejam negociados, podem gerar recursos para o Rio de Janeiro, algo fundamental em um momento em que a cidade investe em infra-estrutura tanto para receber tais megaeventos quanto para melhorar o dia a dia dos habitantes (cerca de 6 milh?es).

¡°As cidades precisam oferecer qualidade de vida aos moradores, e o poder para promover o crescimento verde est¨¢ nas m?os do povo e das autoridades¡±, analisa Rodrigo Rosa. ¡°O Brasil vive um per¨ªodo de oportunidades para crescer economicamente; tamb¨¦m hoje, a Rio+20 faz com que a cidade necessite ter um papel de lideran?a na cria??o de pol¨ªticas de sustentabilidade.¡±

Anteriormente, a cidade j¨¢ havia aprovado (no come?o de 2011) uma lei relativa a mudan?as clim¨¢ticas, bem como um invent¨¢rio de libera??es de gases causadores de efeito estufa ¨C que, a partir de agora, ser¨¢ atualizado periodicamente para acompanhar a evolu??o das emiss?es da cidade. 

O Rio de Janeiro j¨¢ come?ou a reduzi-las. Trata-se apenas do come?o de um trabalho que pode trazer benef¨ªcios futuros para todos que admiram a cidade, cariocas ou n?o. 


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