Å·ÃÀÈÕb´óƬ

A 9? Edi??o da Actualidade Econ¨®mica de Mo?ambique explora o papel dos servi?os na promo??o do crescimento econ¨®mico sustentado e inclusivo e na cria??o acelerada de emprego, e discute op??es de reforma para libertar o potencial dos servi?os. O relat¨®rio mostra que, apesar de ser o maior (em termos de participa??o na produ??o) e relativamente o mais produtivo, os servi?os est?o orientados para actividades menos complexas, como o com¨¦rcio retalhista. As exporta??es de servi?os comerciais de Mo?ambique s?o dominadas pelos servi?os tradicionais (viagens e transportes). Por conseguinte, os servi?os precisam de evoluir para actividades mais sofisticadas e comercializ¨¢veis, como as tecnologias de informa??o e comunica??o, as finan?as e os servi?os profissionais e empresariais, para se tornarem um motor de crescimento inclusivo e de cria??o de emprego. O crescimento sustentado e de base ampla exigir¨¢ tamb¨¦m o aumento da produtividade nos servi?os e o est¨ªmulo ¨¤ formaliza??o de empresas informais, refor?ando simultaneamente as liga??es entre os sectores.

A 8? edi??o da  Econ¨®mica de Mo?ambique centra a sua an¨¢lise no potencial oferecido pela agricultura para promover uma recupera??o sustent¨¢vel e mais inclusiva, e tra?a op??es de reformas para realinhar as pol¨ªticas do apoio agr¨ªcola para alcan?ar objectivos de competitividade, resili¨ºncia clim¨¢tica e seguran?a alimentar. Na sua primeira sec??o, o relat¨®rio avalia a recupera??o econ¨®mica do pa¨ªs face ¨¤ crise causada pela COVID-19 e apresenta as suas perspectivas econ¨®micas.

A pandemia global teve um forte impacto na economia de Mo?ambique. Em 2020, o pa¨ªs registou a primeira contrac??o econ¨®mica em quase tr¨ºs d¨¦cadas. Embora exista uma grande incerteza sobre a traject¨®ria da pandemia, espera-se que a economia recupere gradualmente a partir de 2021, ¨¤ medida que a procura agregada recupera e os investimentos em g¨¢s natural liquefeito e a produ??o extractiva ganham impulso. Apesar da recupera??o esperada, a distribui??o generalizada de vacinas contra a COVID-19 estar¨¢ no centro de uma recupera??o resiliente. Esta edi??o da Actualidade Econ¨®mica explora as implica??es da COVID-19 para a economia, as empresas e as fam¨ªlias. Faz recomenda??es para avan?ar ¨C na fase de ajuda a curto prazo, bem como a m¨¦dio e longo prazo, a fim de ¡°reconstruir melhor¡±.

Reduzir a crescente disparidade no acesso a infraestruturas entre as ¨¢reas urbanas e rurais ¨¦ crucial para um crescimento mais inclusivo e sustent¨¢vel, afirma o mais recente relat¨®rio do Banco Mundial, Actualidade Econ¨®mica de Mo?ambique. O contexto macroecon¨®mico est¨¢ a melhorar, mas o crescimento permanece baixo. Espera-se que os investimentos futuros no sector do g¨¢s natural liquefeito ajudem a projectar o crescimento de uma baixa de 2,3% em 2019 para 5%  at¨¦ 2021. ? medida que o sector do g¨¢s se desenvolve, o fortalecimento de v¨ªnculos deste com o restante da economia ser¨¢ fundamental para a cria??o de empregos. Enquanto isso, ser?o necess¨¢rios progressos cont¨ªnuos na gest?o fiscal, o que melhorar¨¢ ainda mais o cen¨¢rio para o investimento p¨²blico e o crescimento inclusivo.

Mo?ambique est¨¢ a come?ar a emergir de um per¨ªodo de elevada volatilidade macroecon¨®mica, dois anos depois de as revela??es da d¨ªvida oculta terem desencadeado uma recess?o econ¨®mica significativa, mas com uma capacidade de crescimento reduzida. Tendo atingido uma m¨¦dia de perto de 8% entre 2005 e 2015, o crescimento do PIB caiu para 3,7% em 2017 e prev¨º-se que caia ainda mais para 3% em 2018, uma vez que se espera que o crescimento mais lento na produ??o de carv?o compense qualquer recupera??o modesta na ind¨²stria transformadora e nos servi?os. A consolida??o or?amental est¨¢ a registar progressos, mas os n¨ªveis de d¨ªvida continuam a ser uma preocupa??o. Numa an¨¢lise da estrutura e dos motores do crescimento de Mo?ambique ao longo das ¨²ltimas duas d¨¦cadas, o relat¨®rio observa que o progresso na redu??o dos n¨ªveis de pobreza ocorreu ¨¤ custa do aumento da desigualdade. Portanto, mudar o modelo de crescimento para alargar os motores do crescimento e aumentar a produtividade nos sectores com maior potencial de emprego ¨¦ um desafio fundamental que os decisores pol¨ªticos de Mo?ambique enfrentam hoje.

A evolu??o no segundo semestre de 2017 indica que o abrandamento do desempenho econ¨®mico de Mo?ambique pode estar a consolidar-se, mudando esta economia, que outrora estava em r¨¢pido crescimento, para um ritmo de crescimento mais modesto. Prev¨º-se que o crescimento do PIB diminua para 3,1% em 2017, apesar dos aumentos substanciais nas exporta??es de carv?o e alum¨ªnio. Embora estas exporta??es tenham crescido, as pequenas e m¨¦dias empresas recuaram ainda mais, especialmente no sector industrial, que contraiu pela primeira vez desde 1994. As tend¨ºncias actuais deixam claro que Mo?ambique precisa de redobrar os seus esfor?os para apoiar as pequenas e m¨¦dias empresas e olhar para al¨¦m do sector extractivo em busca de um crescimento mais equilibrado. A tend¨ºncia para uma economia baseada na extrac??o de recursos naturais com baixa gera??o de emprego justifica que Mo?ambique aproveite a sua popula??o crescente e jovem para o crescimento futuro.

Mo?ambique ¨¦, cada vez mais, ¡°Uma economia a duas velocidades¡±, considerando que as ind¨²strias extractivas e outras grandes ind¨²strias lideram as recentes melhorias a n¨ªvel de crescimento, enquanto os outros sectores v?o ficando para tr¨¢s. A presente edi??o da Actualidade Econ¨®mica de Mo?ambique destaca a forma como as pequenas e m¨¦dias empresas n?o extractivas de Mo?ambique, que estavam a crescer em n¨²mero e dinamismo, se encontram desproporcionalmente afectadas pela crise econ¨®mica em curso. O relat¨®rio apela a uma resposta mais acentuada a n¨ªvel de pol¨ªticas fiscais, para ajudar a restaurar a sa¨²de das finan?as p¨²blicas de Mo?ambique e apoiar o al¨ªvio da pol¨ªtica monet¨¢ria enquanto prosseguem os ajustamentos na economia.

Esta edi??o da Actualidade Econ¨®mica de Mo?ambique inclui uma sec??o sobre os desenvolvimentos econ¨®micos recentes e uma discuss?o sobre as perspectivas econ¨®micas do pa¨ªs, seguida de sec??o(?es) focal(is) que analisam quest?es de particular import?ncia. Uma recess?o cont¨ªnua, provocada pelos baixos pre?os das mat¨¦rias-primas, pela seca e pelos conflitos, foi agravada pelas consequ¨ºncias da descoberta de d¨ªvidas ocultas em Abril de 2016. O n¨ªvel da d¨ªvida tomou um rumo explosivo com a adi??o de empr¨¦stimos anteriormente n?o divulgados, tornando Mo?ambique um pa¨ªs dos pa¨ªses de ?frica com os r¨¢cios d¨ªvida-PIB mais elevados. ? evidente que a estabilidade macroecon¨®mica de Mo?ambique foi abalada. A agenda para restaurar a estabilidade econ¨®mica e a confian?a estender-se-¨¢ at¨¦ 2017 e possivelmente mais al¨¦m.

Pre?os persistentemente baixos das mat¨¦rias-primas, uma perspetiva de crescimento global fraca, e a seca na regi?o ir?o contribuir para desacelerar ainda mais o crescimento econ¨®mico para 5,8% em 2016. Esta perspectiva est¨¢ sujeita a riscos se os investimentos permanecerem moderados e se o aumento da d¨ªvida levar a ajustes severos nas pol¨ªticas fiscais. As interven??es do Banco Central no mercado cambial para reduzir a deprecia??o da moeda e conter press?es inflacion¨¢rias reduziram significativamente as reservas internacionais. A cobertura das importa??es situou-se em pouco mais de dois meses em meados de Mar?o de 2016. A an¨¢lise do risco fiscal destaca a necessidade de melhorar o acompanhamento, a divulga??o e a gest?o da d¨ªvida, ao mesmo tempo que se refor?a a capacidade do governo de gerenciar os investimentos p¨²blicos.